MP-AM participa de workshop sobre perícia criminal

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O Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), por intermédio do Procurador-Geral de Justiça Carlos Fábio Braga Monteiro, participou hoje, dia 4 de dezembro de 2014, no Auditório Carlos Bandeira de Araújo, na sede do MP-AM, do “I Workshop sobre Casos de Perícia – A Ciência Contra o Crime”. O evento é realizado pelo Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC) da Polícia Civil do Amazonas, vinculado a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) e contou com a participação, ainda, de peritos criminais que atuaram em casos de repercussão nacional, como os dos assassinatos da advogada Mércia Nakashima e do casal Manfred e Marísia von Richthofen, mortos pelos irmãos Daniel e Christian Cravinhos a mando da filha deles, Suzane von Richthofen. O Procurador-Geral falou do trabalho do MP-AM na acusação do caso Belota, quando o Procurador atuava como Promotor de Justiça do Tribunal do Júri Popular.

Dentre os profissionais que participaram do evento estão o perito criminal de São Paulo, Renato Pattoli, que atuou no caso Mércia Nakashima; a perita criminal federal do Rio de Janeiro, Rosemery Almeida, que atuou no caso da empresa petrolífera Chevron; e o promotor de Justiça de São Paulo, Roberto Tardelli, que atuou no caso Richthofen, além de peritos do criminais do Amazonas, como Cinthia Chagas, João dos Anjos, Isabella Erthal Villarroel, Cícero Costa, Adison de Jesus, que trabalharam em casos locais, de repercussão.

A abertura do whorkshop ocorreu pela manhã. A perita criminal Cínthia Chagas abriu a série de palestras abordando o tema “Entomologia Forense em caso de homicídio em Manaus, Amazonas” e a perita criminal federal Rosemery Almeida falou sobre o caso Chevron, que apurou o acidente num poço de petróleo da empresa americana de mesmo nome, em Campo do Frade, na Bacia de Campos, que resultou no vazamento de 3.700 barris de óleo, em novembro de 2011. Na segunda parte do evento, ainda de manhã, após um intervalo de meia hora, o perito João dos Anjos fez a palestra “Local de Homicídio de um taxista em Manaus, Amazonas” e a delegada da Polícia Civil do Amazonas, Cristina Portugal, abordou o tema “Casos de Perícia no Amazonas".

Na parte da tarde, o perito criminal de São Paulo, Renato Pattoli, que atuou no caso do assassinato da advogada Mércia Nakashima falou sobre a atuação da perícia técnica no homicídio ocorrido em maio de 2010. Mércia foi trancada dentro do próprio carro que foi mergulhado no lago da represa da cidade de Nazaré Paulista, no interior de São Paulo. O ex-noivo e ex-sócio da vítima, também advogado, Mizael Bispo de Souza, foi condenado a 20 anos de prisão pelo crime. Em seguida, a perita Isabella Erthal Vilarroel falou sobre o caso Belota, de grande repercussão local. Com uso de imagens, a perita mostrou detalhes de como Rodrigo Moraes Alves e Ruan Pablo Bruno Cláudio Magalhães, a mando de Jimmy Robert de Queiroz Brito, e com a ajuda dele, assassinaram Maria Gracilene Roberto Belota, a filha dela, Gabriela Belota; e Roberval Roberto de Brito. Gracilene era tia de Jimmy e Roberval pai dele.

Procurador-Geral falou do caso Belota

O Procurador-Geral de Justiça, Carlos Fábio Monteiro, falou a respeito da atuação do Ministério Público na acusação contra os três réus do caso Belota. “O trabalho de perícia foi determinante para a solução do caso, para o nosso trabalho de acusação contra os réus. Eles acabaram confessando, mas não foi por arrependimento, mas, sim, por conta do conjunto de provas, que era muito forte, muito bom”, afirmou o Procurador, que disse ainda que o trabalho dos peritos lhe permitiu sustentar à acusação de que Rodrigo havia cometido crime sexual contra Gabriela. “O exame preliminar não encontrou esperma de Rodrigo em Gabriela, mas depois, um exame mais profundo atestou que havia material genético dele, na vagina da vítima. Com as provas que eu tinha, coletadas no inquérito policial, com a perícia, inclusive, eu consegui provar que ele havia cometido crime sexual, também”, afirmou.

O Procurador disse que Rodrigo negou, a todo instante, mesmo após ter confessado os assassinatos, que havia cometido crime sexual contra Gabriela. "Ele tinha medo de assumir o crime sexual, mas conseguimos provar. É que, na cadeia, entre os presos, não há perdão para o crime sexual. E ele devia saber disso. É uma cultura da cadeia, não perdoar os crimes sexuais. Por isso ele nunca confessou o crime sexual", explicou Fábio Monteiro. O procurador disse ainda que o crime sexual ocorreu enquanto ele e Ruan Pablo Bruno aguardavam a chegada de Gracilene, para cometer o segundo crime daquele dia.

Final do evento

Após a participação do Procurador-Geral, o perito criminal Adison de Jesus falou sobre “Acidente de Trânsito entre caçamba e micro-ônibus na Avenida Djalma Batista: Um Caso Multidisciplinar”, acidente que vitimou 16 pessoas em março deste ano. Encerrando a parte de palestras, o Promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Roberto Tardelli, falou sobre a atuação do MP-SP no caso Richthofen, de grande repercussão nacional.

O evento contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e faz parte da programação do Dia Nacional do Perito de Natureza Criminal. O diretor do DPTC/AM, Jefferson Mendes, afirmou que o evento foi realizado para divulgar à sociedade amazonense a importância da prova pericial para elucidação de crimes.