Falta de aumento revolta Ministros do Supremo Tribunal Federal

Judiciário quer reajuste de 14,75%, o governo considera impossível e o impasse pode gerar uma crise institucional.

O judiciário revindica reajuste de 14,7% e a Presidente Dilma havia concordado em conceder 5%. A revolta dos Ministros do Supremo Tribunal Federal levou o governo a rever a proposta orçamentária para 2012 e estudar a inclusão de uma previsão de aumento salarial para os membros do Poder Judiciário. A equipe econômica do governo federal considera a demada impraticável por três motivos: onera os cofres públicos, provoca efeito cascata em outras categorias e aumenta a pressão de servidores não contemplados. Um aumento dessa dimensão contraria o discurso do governo de austeridade nos gastos públicos.

As previsões de reajustes salariais do Ministério Público Federal também foram excluídas do orçamento, o que irritou o Procurador-Geral, Roberto Gurgel, que ameaçou ajuizar mandado de segurança contra a Presidência. O STF afirma que o planalto é obrigado a encaminhar sua proposta ao Congresso, mesmo não concordando com seu teor. Irritados, os ministros classificaram o gesto como "ofensa gratuita". Para o Ministro Marco Aurélio Mello, "o que está em jogo não é o gasto, é o princípio que implica equilíbrio que se faz ao mundo jurídico para que não haja supremacia de poderes".