
O Ministério Público do Amazonas (MPAM) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (15), a Operação Asfixia. Foram cumpridos 7 mandados de busca e apreensão, bem como 3 mandados de prisão. Os alvos de prisão são pessoas envolvidas diretamente com as atividades de facção criminosa que age no Estado, a mesma da qual morreram mais de 50 integrantes, em maio deste ano, em massacre ocorrido dentro de unidades carcerárias da capital. As buscas e prisões estão sendo realizadas com o apoio da Polícia Civil em vários pontos de Manaus.
A operação faz parte da ofensiva conjunta dos Grupos de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaecos) que estão realizando, nesta quinta-feira, operações contra integrantes de organizações criminosas em nove estados da federação. No Amazonas, os mandados de prisão foram expedidos nos nomes de: Alan Barbosa Rolim, apontado como o novo líder da facção, agindo fora do sistema prisional; Márcio José Lopes Carneiro (Márcio "Doido"), tido como o novo líder da facção dentro do sistema fechado; e Anderson Barbosa Rolim, irmão de Alan, também envolvido com as atividades de tráfico e venda de entorpecentes da facção. Os mandados de busca foram cumpridos em residências de pessoas ligadas aos três implicados. De prisão, apenas o mandado contra Márcio "Doido" foi cumprido, pois o mesmo já se encontra cumprindo outras penas em um presídio federal fora de Manaus. Os outros dois envolvidos continuam foragidos.
Em entrevista coletiva, a procuradora-geral de Justiça do Amazonas, Leda Mara Nascimento Albuquerque, contextualizou a operação feita em Manaus, em paralelo a outros estados, lembrando que a atuação dos envolvidos não vem de hoje. "Tudo o que está acontecendo hoje é resultado de todo um processo de investigações que o Gaeco vem realizando há algum tempo. Tanto que a operação tem relação com o massacre, ocorrido num presídio local e que envolve essas lideranças", disse a procuradora-geral, Leda Mara.

Além do Amazonas, as diligências desta quinta-feira estão sendo realizadas simultaneamente nos estados do Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Rio de Janeiro. Com auxílio de forças policiais, os Gaecos de cada um desses estados cumprem mandados de prisão e de busca e apreensão contra integrantes de grupos criminosos.
O coordenador das investigações que resultaram na Operação Asfixia, promotor de Justiça Flávio Mota, pertencente ao quadro do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), diz que as Promotorias escolheram fazer a operação em conjunto como forma de ser um "Dia D" de combate ao crime organizado. "A ideia é diminuir a força de atuação dessas facções principalmente no combate à violência, mas também no aspecto financeiro e combate à lavagem de dinheiro", diz o promotor de Justiça.

Texto: Ascom MPAM
Foto: Gustavo Sampi/Ascom MPAM