Entrevista com a Promotora de Anorí, Christianne Corrêa Bento da Silva

 

 

A Promotora Christianne Corrêa Bento da Silva, Promotora de Justiça de Anorí, fala do início da carreira e do desafio da profissão. Confira.


 

AIDC – Fale um pouco sobre a sua trajetória jurídica e do desejo de atuar na área?

Promotora: Escolhi o curso de Direito devido a possibilidade de atuação em várias áreas de trabalho, principalmente concursos públicos. Na época, não tinha um objetivo específico.

 

AIDC – Em que ano a senhora ingressou no MP?

Como Promotora de Justiça, no ano de 2001. Antes disso, ingressei no MP como estagiária, no tempo em que ainda se admitia o voluntariado. Prossegui como estagiária contratada e ainda assessora junto aos procuradores com atuação na 1ª Câmara Criminal. Antes de entrar no estágio, ainda no 3º período do curso de Direito, nem sabia o que era Ministério Público, que me foi apresentado pelos procuradores de justiça João Bosco Valente e Carlos Coelho. Assim, me identifiquei com o trabalho e não me ví, nem me vejo, em outra carreira.

 

AIDC - Quais as Comarcas pelas quais já passou?

Parintins foi minha primeira comarca como titular e, agora, Anorí. Mas já atuei em São Sebastião do Uatumã, Itamarati e Manaquiri.

 

AIDC: Quais os casos mais frequentes que passam pela sua comarca?

Os casos atinentes ao direito de família são, sem dúvida, os mais comuns. Temos também as questões referentes aos atos infracionais, seguido dos crimes comuns.

 

AIDC – Quais os pontos positivos e as dificuldades de ser promotor do interior do Estado?

Ser Promotor de Justiça no interior do Estado é exercer seu munus público em sua plenitude. A postura do Promotor na Comarca é fundamental e vai ditar o respeito que a comunidade vai ter pelo profissional. Assim, é possível desenvolver trabalhos maravilhosos com a ajuda da comunidade.

Em Parintins, por exemplo, era comum a realização de palestras nas escolas, em centros comunitários, mantendo o contato direto e permanente com a sociedade, permitindo ter um "termômetro" dos problemas sociais, sendo possível adotar medidas para evitar conflitos ou conduzi-los para um melhor encaminhamento. Sobre as dificuldades, creio que a distância geográfica é a maior delas.

 

AIDC – No seu ponto de vista, quais as contribuições do Ministério Público Estadual para a sociedade amazonense?

Entendo que o Ministério Público tem exercido o papel de ser o maior porta voz da sociedade, vez que busca garantir os direitos dos cidadãos nas mais diversas áreas independente de ser demandado devido a independência funcional do Promotor.  As intervenções na área da educação, saúde, urbanismo, meio ambiente, dentre outros, tem como escopo propiciar à sociedade melhor qualidade de vida, a correta aplicação dos recursos públicos e o reconhecimento/execução  dos direitos estabelecidos pela Constituição Federal.

 

 

AIDC – Como a senhora avalia a atual Administração do Ministério Público do Amazonas?

O maior ponto positivo para mim tem sido as promoções. Ver a movimentação na carreira dá um novo fôlego para o Promotor de Justiça do interior, principalmente após 11 anos de vinculação à 1ª entrância, como é o meu caso.

 

AIDC - Existem aspectos em que o Ministério Público deve melhorar? Se sim, em quais?

Sim. Hoje as demandas sociais exigem maior preparo do membro do Ministério Público, sendo necessário respaldo técnico em áreas como as engenharias, química, serviço social e contábil. Caminhamos nesse sentido, a exemplo de perícias de engenharia civil das quais já participei, mas as demandas são muitas e na maioria das vezes, urgentes.

 

 "A carreira do Ministério Público é apaixonante. A plenitude de exercer a função ministérial encanta, mas é necessário sempre manter ativo o senso de responsabilidade sobre os atos profissionais e pessoais, além da noção de que não somos super heróis, mas sim, que tentamos fazer o melhor para o bem da sociedade. - Christianne Corrêa