A pedido do MP-AM, prisão de ex-médico Carlos Jorge Cury Mansilla é decretada

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O ex-médico Carlos Jorge Cury Mansilla teve a prisão preventiva decretada, a pedido do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), por repetidas ausências em audiências de instrução e julgamento, a última marcada para o dia 20 de maio de 2017. A titular da 80ª Promotoria de Justiça (80ª PJ), Lucíola Valois, destacou, na promoção pela prisão preventiva, o embaraço causado pelo réu ao andamento da instrução processual.

A Promotora argumentou que a defesa do acusado solicitou marcação de novas datas para audiências que deveriam ter ocorrido nos dias 17, 18 e 19 de abril de 2017, alegando que o réu estava de licença médica por 60 dias. Após a licença, Mansilla viajou a Bolívia. Com audiência redesignada para 20 de maio de 2017 e a nova data devidamente comunicada à sua defesa, esta informou ao Judiciário que o réu não se encontrava no Brasil após o expediente forense do dia 19 de maio, véspera da audiência. “Ficou evidente nos autos que ele se oculta, tanto para dificultar a instrução processual, quanto para se furtar à aplicação de lei penal, no caso de uma eventual condenação”, declarou a Promotora Lucíola Valois.

Em 2015, Mansilla foi denunciado pelo MP-AM, na ação penal nº 0255945-12.2014.8.04.0001, por estelionato e homicídio culposo. O ex-médico, que se especializou em cirurgia plástica na Bolívia em curso não reconhecido no Brasil, foi denunciado por várias pacientes por complicações em procedimentos cirúrgicos e mutilações. Ele responde a 15 processos por complicações pós-cirúrgicas com danos estéticos. A acusação de homicídio culposo resultou de uma cirurgia de redução de estômago realizada por ele ao custo de R$ 25 mil em paciente que veio a óbito logo após o procedimento.


Denúncias em redes sociais

Carlos Mansilla foi indiciado em 2013 pela Polícia Civil depois de seguidas denúncias de pacientes em redes sociais. Num primeiro momento, ele foi indiciado por lesão corporal grave, danos estéticos e materiais.


No mês de junho de 2013, o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM) informou que Carlos Cury não tinha autorização para trabalhar como cirurgião plástico no Brasil. Em setembro daquele ano, Carlos Mansilla teve a prática de cirurgia estética proibida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em todo o Brasil e também foi excluído do programa “Mais Médicos”. Em 2016, ele teve o registro cassado pelo CRM-AM, medida ratificada pelo CFM em janeiro de 2017.