Santa Isabel : MP-AM investiga aquisição de outros bens por organização criminosa

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Depois da prisão de oito pessoas suspeitas de envolvimento de desvio de verba pública da prefeitura de Santa Isabel do Rio Negro, a 630 km de Manaus, o Ministério Público do Amazonas peticionou  denúncia contra os envolvidos à Justiça do Amazonas. Se a denúncia for acatada, os suspeitos passam a figurar como réus no processo.


A operação Timbó apontou um esquema de desvio de mais de R$ 10 milhões de reais da Prefeitura de Santa Isabel do Rio Negro, no interior do Amazonas. Entre os presos estão o prefeito do município Mariolino Siqueira de Oliveira, o filho dele, Mariolino Júnior, a esposa, a nora e secretários da Prefeitura.

Os Promotores de Justiça que atuam no Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) ouviram todos os suspeitos em mais de 20 horas de depoimentos.
Segundo o Procurador-Geral de Justiça Fábio Monteiro, houve elementos suficientes para provocar o judiciário no sentido de processar criminalmente todos eles. “Continuamos coletando e cruzando determinados dados para, se for o caso, fazer um aditamento futuro, um complemento nessa denúncia, incluindo novas pessoas ou novos crimes e fatos”, disse.


Na manhã desta segunda-feira, 16 de maio, Promotores do Gaeco acompanharam, juntamente com os advogados dos suspeitos, a abertura dos lacres para conferência do material apreendido durante a operação Timbó.


Avanço na Investigação


Os Promotores de Justiça também tiveram acesso a novos dados fornecidos pela Receita Federal que apontam outras movimentações financeiras da organização criminosa. Essas informações evidenciam o desvio de dinheiro público e confirmam a existência de outros bens adquiridos pela quadrilha e configurando em novas provas de enriquecimento ilícito dos oito denunciados à Justiça. “Você verifica que eles têm movimentações bancárias de R$600mil, R$ 700mil , o que representa um ganho absurdo diante do salário que eles recebem mensalmente”, disse a Promotora de Justiça Cristiane Correa, que atua no Gaeco.


O mesmo documento fornecido pela Receita Federal também traz informações sobre patrimônios de bens que as construtoras informam onde houve negociação na compra de imóveis. Os Promotores analisaram e cruzaram os dados, o que permitiu visualizar a aquisição de outros bens pelos suspeitos que não haviam sido informados ao Ministério Público. “São casas pré-construídas em condomínio fechado e ainda há outros bens que estamos oficiando as construtoras e imobiliárias, afim de verificar onde estão esses imóveis e a forma de pagamento, pois, já sabemos que foram feitos pagamentos à vista, em cash e acima de R$300 mil”, salientou a Promotora.