MP-AM deflagra Operação Timbó com prisão de Prefeito e secretários

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O Ministério Público do Amazonas deflagrou nesta terça-feira, 10 de maio, a Operação Timbó, para desarticular uma organização criminosa que agia no desvio de verbas públicas da Prefeitura de Santa Isabel do Rio Negro, a 630 km de Manaus.


O prefeito, Mariolino Siqueira de Oliveira, foi preso cedo, pela  manhã. Ele é suspeito de liderar a organização criminosa que atuava na prefeitura . Além dele, outras sete pessoas, entre familiares e secretários do município, também foram presas. Segundo o Ministério Público, o grupo teria desviado cerca de R$ 10 milhões em verbas públicas municipais.
A operação Timbó foi coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco). A organização criminosa era investigada havia um ano. Segundo o MP-AM, as investigações apontam que recursos eram transferidos para contas pessoais dos integrantes da organização.


Foram presos o prefeito, o filho dele, Mariolino Jr.; a nora, Bruna Soraya da Silva Barbosa; a companheira dele, Regina Flávia Dias Coimbra; o secretário de obras, Carlos Augusto Araújo dos Santos; o secretário de finanças, Sebastião Ferreira Moraes; o secretário de administração, João Amorim Ribeiro Jr; e o taxista Raimundo Mendes Neto, que realizava operações de saque em bancos para o grupo.
O prefeito seria responsável por repassar valores significativos do orçamento público para contas pessoais. Transferido o dinheiro, a quantia era retirada por meio de saques. Além disso, Mariolino Oliveira endossava cheques, cujo valor era retirado nos bancos por "laranjas".


O dinheiro em espécie era dividido entre o prefeito e os outros membros da quadrilha. De acordo com o Procurador-Geral de Justiça Fábio Monteiro, sete contas da prefeitura foram movimentadas no período de janeiro de 2013 a janeiro de 2016, dentre elas, a da folha de pagamento. O orçamento que seria utilizado para pagar servidores públicos também foi comprometido.
"É de uma afronta imensa. Apropriar-se do recurso público já é absurdo, mas ele também mexia nos recursos destinados ao pagamento de servidores. Ele sempre deixou meses atrasados. Os recursos existiam para pagar, mas eles estão sendo subtraídos para proveito deles próprios", afirmou o PGJ.


De acordo com a investigação do Ministério Público do Estado, a quantia foi investida em carros, terrenos e condomínios de luxo em diversos municípios do Amazonas. Entre outros bens de Mariolino Oliveira, estão uma ilha particular, localizada em São Gabriel da Cachoeira, a 852 km da capital.


"O prefeito já estava há muito tempo comandando isso, tanto que a maior parte dos envolvidos é formada por seus familiares e os secretários de finanças e de obras, que já respondiam por crimes análogos praticados em outros municípios", disse o Procurador.


O secretário de finanças, Sebastião Moraes, ainda é suspeito de atuar como agiota, usando o dinheiro dos cofres públicos. Ele emprestava quantias da conta da prefeitura a terceiros. Entretanto, o pagamento do empréstimo era feito diretamente para a conta bancária do secretário.


Durante a operação, mais de R$ 300 mil em espécie foram apreendidos. Desta quantia, R$ 246 mil estavam dentro de uma pasta na casa do filho do prefeito, Mariolino Júnior. Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão. Além disso, o Ministério Público pediu da Justiça o sequestro de bens dos investigados.


O prefeito e o secretário de obras chegaram à Manaus no início da tarde. Todos os oito presos passaram por exame de corpo de delito na sede do MP-AM e já começaram a ser ouvidos pelos Promotores de Justiça que atuam no Gaeco. A previsão é dar continuidade a esse trabalho na manhã desta quarta-feira, 11 de maio. Os envolvidos no esquema de desvio de verba pública da prefeitura de Santa Isabel vão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.