Envolvidos na Operação Centurião vão ao banco dos réus

 


Começou agora, às 9h, o julgamento dos três policiais militares acusados pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) de terem atuado no assassinato do ex-policial civil Santos Clidevar de Lima. O crime ocorreu, conforme a denúncia do MP-AM, no dia 2 de março de 2004, no Ramal do Toco, na Rodovia BR-174. Clidevar foi reconhecido pela Polícia Federal como traficante internacional de drogas e foi assassinado por ter ameaçado denunciar às autoridades competentes a existência de um grupo especializado no tráfico internacional de drogas e em crimes de extermínio, que seria comandado pelo coronel da Polícia Militar Felipe Arce Rio Branco, então chefe do Departamento de Inteligência da PM e por policiais militares lotados na unidade.

O julgamento ocorre no 2º Tribunal do Júri Popular (TJP), no Fórum Henoch Reis, no bairro Aleixo, Zona Centro-Sul de Manaus. funcionará, no Júri, pelo MP-AM, o titular da 17ª Promotoria de Justiça, Dr. Edinaldo Medeiros, sob a presidência do titular da 2ª Vara do TJP, Dr.Anésio Pinheiro, e atuando na defesa, o Defensor Público Dr. Antônio Ederval de Lima.

O processo da morte de Santos Clidevar possuía, ao todo, sete réus, um deles, o Policial Militar Rodolfo Lemos Soprano, conhecido como “Godô”, cujo falecimento se deu no decorrer das investigações, por conta de complicações causadas pelo diabetes. O Coronel Arce e outro PM acusado não serão julgados hoje. Vão ao banco dos réus, apenas, os Policiais Militares Carlos Farias da Silva, Cristian Zerbine Barros Ferreira e Luiz Neudison Azevedo da Silva, além do traficante Ezequiel Araújo Melo (Kéia), que era enteado da vítima.

De acordo com a denúncia do MP-AM, Santos Clidevar foi sequestrado na manhã do dia 2 de março de 2014, quando saía de casa para o trabalho, no bairro Coroado, Zona Leste de Manaus. De acordo com a peça inaugural, ele foi algemado, colocado em um veículo, levado para o Ramal do Toco, no quilômetro 28 da Rodovia BR-174, onde foi morto a tiros pelo Policial Militar Ivan Cheley Castro e Costa de Moraes, que não será julgado hoje, e enterrado. O crime foi encomendado por Kéia, que afirmou em depoimento à Polícia Federal, inclusive, ter pago R$12 mil pelo assassinato de Santos Clidevar, tudo para garantir que o esquema de tráfico e de extermínios não fosse denunciado pelo ex-policial civil.