Palestra mostra como o Direito Sistêmico pode melhorar a solução de conflitos

PALESTRA NUPA 6759d

O Ministério Público do Amazonas (MPAM), por intermédio do Núcleo Permanente de Autocomposição (NUPA), realizou, na última quinta-feira (24/10), o Workshop 'A Visão Sistêmica na Atividade Profissional face à complexidade social e resolução de conflitos'. O auditório Gebes Medeiros, na sede do órgão, ficou lotad para a palestra do Juiz de Direito Alagoano Yulli Roter. O evento teve a parceria do Start Up Mana's, um grupo de mulheres que dissemina a constelação sistêmica.

Para a coordenadora do NUPA, Promotora de Justiça Anabel Vitória Mendonça de Souza, a Justiça, para ser plenamente realizada, tem de se basear no fato em si, no Direito e no sentimento das pessoas. "Quando eu assumi a coordenadoria do NUPA, eu já imaginava também realizar a solução de conflitos através da mediação, da negociação e de outros métodos, mas também usando o pensamento sistêmico", afirmou.

PALESTRA NUPA1 ea1e6

(O palestrante convidado recebeu um livro que conta a história do Ministério Público amazonense. Ele foi recebido pelos promotores André Seffair, chefe do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Profissional - CEAF, Silvana Cavalcante, coordenadora do projeto Recomeçar e representando a Procuradora-Geral de Justiça na ocasião, além da coordenadora do Nupa, Anabel Souza)

O palestrante convidado utiliza o direito sistêmico para resolução de conflitos na 2ª Vara Cível de União dos Palmares, município localizado a 73 Km da capital, Maceió. O olhar sistêmico de Yulli Roter surgiu ao analisar um ato infracional análogo ao crime de estupro, no qual percebeu que a vítima, menor de idade, não teria o resultado esperado, pois o autor do crime teria mudado de residência e aquilo acabaria ali. Yulli Roter sentiu que a dor da menina estava além dos autos e que ela carregaria aquilo para o resto da vida. A partir deste ponto, o Juiz Yulli Roter utiliza das Constelações Familiares para tornar mais leves os conflitos de seus jurisdicionados.

O magistrado cita avanços positivos nos ambientes que já usam o Direito Sistêmico para solução de conflitos. Hoje, cerca de 17 Tribunais de Justiça no país usam o método. Para Yulli Roter, os operadores do Direito estão adoecendo por conta da cobrança que eles mesmo se fazem pelo compromisso pessoal que têm com o público. "Não estou me referindo à cobrança dos órgãos de controle, que são necessários. Estou falando da nossa autocobrança de querer melhorar a sociedade. E acabamos nos envolvendo. Por isso, vários tribunais e órgãos do Ministério Público já estão atuando com esse método. O resultado é muito bom porque é uma forma de trabalhar mais leve e obter maior eficácia no trabalho", conclui o palestrante.

PALESTRA NUPA 3 690ca