MPAM ouve população sobre serviços de Saúde em bairros da BR-174

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Moradores das comunidades adjacentes ao bairro São João, no quilômetro 4 da BR-174, extremo Norte de Manaus, foram ouvidos, nesta quarta-feira, 25/09, pela titular da 58ª Promotoria de Justiça da Saúde, Silvana Nobre, acerca de problemas nos serviços de saúde básica, prestados pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). A audiência pública, realizada no auditório da Escola Municipal Maria Leide Amorim, é parte do Inquérito Civil nº 039.2018.000400, instaurado para apurar a falta de profissionais e de medicamentos nas unidades de saúde daquela zona da capital, além do fechamento do posto de coleta para exame de malária.

"A saúde não espera e a atenção primária é o que tem de mais valioso na Saúde porque impede que a doença se agrave e o paciente passe a precisar de outros procedimentos médicos, dificultando e reduzindo a qualidade de vida do usuário", declarou a Promotora de Justiça, acrescentando que estabeleceria um prazo para correção das falhas e, após isso, o órgão ministerial retornaria à comunidade para reavaliar os serviços.

A audiência teve por objetivo coletar informações, por meio da livre manifestação dos moradores, e agilizar a busca de soluções, mediante a resposta imediata das autoridades responsáveis participantes do evento. Além da representante do MPAM, também tomaram assento à mesa diretora do debate o secretário Municipal de Saúde, Marcelo Magaldi; a vereadora Jacqueline Pinheiro; o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Jorge Carneiro; a líder da Comunidade Ismail Aziz, Leide Esperança; o líder da Comunidade Lago Azul, Ivanildo Santos; e Marcos Santos Marinho, líder da Comunidade Vinte e Três de Setembro.

As manifestações confirmaram a denúncia apresentada ao MPAM pelo morador Manoel Araújo de Souza, que foi o primeiro a se manifestar, após a apresentação dos integrantes da mesa na audiência. O comunitário pediu a instalação de um posto de coleta de material para exame de malária na Comunidade São João, que é atendida pela UBS 48. Assim como ele, outros moradores se manifestaram, apontando a falta de medicamentos, a ausência de médicos e dentistas, pedindo a melhoria do atendimento domiciliar para pacientes com dificuldade de locomoção, além de suporte para atendimento dos casos de urgência.

"A questão que mais chamou nossa atenção aqui foi a negativa de atendimento a moradores que estão fora da área de abrangência da UBS. Nenhum usuário pode deixar de ser atendido por isso. Os primeiros socorros, os agentes de saúde têm o dever de prestar a todo e qualquer usuário, independentemente de onde ele venha ou more. Isso é problema de gestão, que cabe aos gestores resolver, mediante formação e capacitação do servidor", observou Silvana Nobre.

Diante das manifestações, o secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi, se comprometeu em apresentar, até o próximo 28/09, o planejamento das medidas adotadas para solucionar os problemas apontados na audiência. "Entendemos que a solução desses problemas depende apenas da otimização dos serviços e da criação de canais de comunicação mais efetivos com os comunitários. A Semsa perdeu 50 profissionais com o fim do Mais Médicos, mas está buscando soluções para manter a qualidade do atendimento básico em saúde", garantiu.

Texto e foto: Milene Miranda - ASCOM MPAM