Atuação do MPAM em Júri será decisiva para condenação de réus da operação Alcateia

WhatsApp Image 2019-07-09 at 15.56.51

O Tribunal do Júri formado nesta terça-feira, 9/07, levou para o banco dos réus três acusados de dois homicídios e uma tentativa de homicídio com a atuação do Promotor de Justiça Igor Starling, titular da 15ª Promotoria de Justiça, no caso que ficou conhecido como 'final de semana sangrento' pela sequência de 34 crimes ocorridos entre 17 e 19 de julho de 2015.
A complexidade do caso levou juizado e promotoria a desmembrarem o julgamento em pelo menos cinco Júris. O que iniciou nesta terça-feira, teve o adiamento de um dos casos para outra data. O juiz Mauro Antony, presidente do Júri, acatou pedido da defesa para que o julgamento da morte de Anderson Sales Soares fosse realizado em outra oportunidade. O trabalho do Tribunal do Júri continuou com os julgamentos do homicídio de Fabrício de Oliveira Cavalcante e da tentativa de homicídio de Carla Dídia de Souza Santos.
As investigações que tiveram ampla participação do Ministério Público do Amazonas (MPAM) receberam o nome de Operação Alcateia, que investigou os crimes, e fez a acusação dos três primeiros réus: Bruno Cezanne Pereira, Dorval Junio Carneiro de Matos e Klebert Cruz de Oliveira. Eles são julgados por homicídio duplamente qualificado e por associação criminosa. "O caso já havia sido pronunciado, teve a primeira fase de formação de culpa e os limites que o MP defende são os limites da pronúncia. Já forma homicídios qualificados mais associação e então esta foi a defesa do MP em plenário. Destaco o excelente trabalho da polícia com muitas provas técnicas, com muitas metodologias utilizadas que demonstraram de forma cabal a participação de cada um", destacou o Promotor de Justiça Igor Starling.
O Júri iniciou às 10h e não tem previsão de término. Segundo o juiz Mauro Antony, o processo todo tem 22 réus, que foram divididos em núcleos para julgamento. "Nós temos várias testemunhas para ouvir e isso demora. Com certeza é um Júri longo para julgar os três PMs", declarou o Juiz.
Entenda os casos
No dia 14 de setembro, uma semana depois de sair da prisão, por roubo, Fabrício de Oliveira Cavalcante foi morto, no bairro Santo Agostinho. A única vítima que sobreviveu, Carla Dídia de Sousa Santos, também vítima de ocupantes de um Gol vermelho, descreveu, em depoimento à polícia, as características de um dos atiradores, o que levou até o acusado Dorval Junio Carneiros de Matos.
Em busca dos lobos
O Ministério Público do Amazonas atuou na operação por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). A "Alcateia" mobilizou, ainda, 130 policiais de várias unidades da Polícia Civil, 17 oficiais da Polícia Militar e 21 policiais federais. O alvo da força tarefa foi a prática de crimes de homicídio por um suposto grupo de policiais militares que atuava em atividade típica de extermínio na Capital e que nos três dias do final de semana sangrento impuseram terror à capital amazonense em represália à morte do sargento da Polícia Militar Afonso Camacho Dias, ocorrida em 17 de julho de 2015, no bairro Educandos, zona Sul da cidade.

A investigação apontou suspeita para 12 policiais militares e três cidadãos civis associados ao grupo, que ajudavam nos crimes. Foram cumpridos, ao todo, 15 mandados de prisão temporária e 16 mandados de busca e apreensão.
Foram apreendidos seis carros possivelmente usados para cometer os crimes, uma moto, seis pistolas calibre ponto 40, duas pistolas calibre ponto 380, cinco revólveres calibre 38, uma escopeta, uma arma de choque e um quilo de cocaína.

Texto: Agnaldo Oliveira Júnior - ASCOM MPAM
Foto: Chico Batata - TJAM