Coordenador do CAO-CRIMO adverte sobre os riscos da presença de traficantes do RJ na região norte

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O Coordenador da Coordenadoria de Inteligência, Investigação e de Combate ao Crime Organizado-Cao-Crimo, do Ministério Público do Estado do Amazonas e Coordenador das Regiões Norte e Nordeste, do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas-GNCOC, do Ministério Público brasileiro, Procurador de Justiça João Bosco Sá Valente, chama a atenção das autoridades locais e dos demais estados da Região Norte, notadamente do Estado de Rondônia, para os riscos do recambiamento de líderes do crime organizado dos presídios do Rio de Janeiro para o presídio de segurança máxima de Rondônia.

O Procurador, que coordena as ações de combate ao crime organizado de 16 ministérios públicos, correspondente a mais da metade dos estados brasileiros, elogia a montagem da operação e os resultados expressivos obtidos, com a retomada dos territórios há muito tempo ocupados pelos narcotraficantes no Rio de Janeiro, mas adverte que essas ações resolvem apenas o problema daquele estado, provocando o deslocamento e as atividades das organizações criminosas para os estados que abrigam presídios federais de segurança máxima, como nos casos de Mato Grosso do Sul, Paraná e Rondônia, para onde as lideranças criminosas estão sendo transferidas ou encaminhadas.

Os líderes presos, adverte o Procurador, conhecem bem as vulnerabilidades da segurança pública desses estados e as deficiências naturais das polícias, que não teriam condições de enfrentar com rapidez e eficiência as investidas dos traficantes, tal como aconteceu no Rio de Janeiro na semana passada. É preciso que essa questão seja encarada pelo Governo brasileiro como uma questão de Estado, de Segurança Nacional, através do estabelecimento de um plano de ação que abranja todo o país, especialmente as regiões de fronteiras, por onde entram as armas que são direcionadas para as várias facções criminosas dos morros cariocas.

O Procurador adverte, também, as seccionais da OAB desses Estados no sentido de que passem a monitorar a movimentação de advogados oriundos do Rio de Janeiro para prestarem assistência jurídica aos traficantes presos, porquanto que, no caso do Rio de Janeiro, foram alguns advogados, todos cooptados pelo crime organizado, que levaram para fora dos presídios as ordens para que demais criminosos que estão fora incendiassem veículos por toda a cidade.

As inteligências das polícias, das forças armadas e do Ministério Público, devem atuar conjunta e preventivamente no sentido de se anteciparem a qualquer investida do crime organizado.

Valente vai convocar nos próximos dias uma reunião dos Grupos de Combate ao Crime Organizado dos Estados da Região Norte para a montagem de um plano preventivo e repressivo decorrente da presença de líderes do narcotráfico do Rio de Janeiro no Presídio de Rondônia.