Procurador de Justiça do MP-AM recebe a Medalha “Professor Roberto dos Santos Vieira”

 

 

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Na última terça-feira, 13 de março, o Dr. José Roque Nunes Marques, Procurador de Justiça do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), ministrou a aula magna de abertura do ano letivo do Programa de Pós-graduação em Direito Ambiental da Universidade Federal do Amazonas e recebeu a Medalha “Professor Roberto dos Santos Vieira”, maior condecoração conferida pelo PPGDA.

O palestrante iniciou a apresentação agradecendo ao PPGDA/UEA pelo convite e pela honraria recebida, falando do privilégio que foi a sua convivência com Roberto Vieira.

O Procurador destacou a grandiosidade do Professor Roberto Vieira, revelando ter sido um homem muito além de seu tempo, tratado como o pai do Direito Ambiental na Amazônia e, por essa razão, ocupou várias posições de destaque ao longo de sua carreira, dentre elas: Diretor do INPA; primeiro Reitor eleito da UFAM, onde criou e instalou o Centro de Ciências do Ambiente, as Pró-Reitorias e Campi no interior do Estado; e professor da Universidade do Tenesse, recebendo reconhecimento internacional pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, Instituto de Direito Ambiental de Washington (D.C) e Banco Mundial.

De acordo com o palestrante, “Roberto Vieira era um ser humano extraordinário”.

O homenageado falou ainda do ambiente no Mundo e na Amazônia, destacando o crescimento populacional, a pobreza, as desigualdades, a superexploração dos recursos naturais, a poluição do solo e dos rios e o Aquecimento Global.

O Procurador José Roque também fez crítica à atuação dos órgãos ambientais, às instituições de pesquisa e ao sistema de justiça que, nos últimos trinta anos, não foram capazes de conter a degradação ambiental no mundo. Segundo ele, “nesse período nos limitamos a realizar ações de comando e controle, com fiscalizações e aplicações de multa, suspensão das atividades, ações penais, mas não fomos capazes de incentivar práticas sustentáveis que fossem capazes de tirar a população da floresta da condição de semimiserabilidade”.

Ainda nesse sentido, afirmou que sua geração vai deixar uma dívida extraordinária para a próxima geração: “Trocamos os nossos princípios de valores por uma pseudo liberdade; trocamos a música de qualidade que gritava por liberdade e que enaltecia a beleza e o amor, pelo funk, que degrada a mulher; trocamos a nossa qualidade de vida, por um suposto crescimento, produzindo miséria”.

Ao fim da apresentação, o palestrante desafiou os mestrandos a fazer uma correção de rumos, a propor novos mecanismos de valorização da floresta em pé, a estabelecer novos paradigmas para o desenvolvimento, reunir os amigos para plantar árvores, gritar por justiça e liberdade. E lembrou das palavras de Einstein: “O mundo não será destruído pelo mal, mas por aqueles que os olham e não fazem nada”.