MPF promove debate sobre cultura do estupro no Brasil no dia 12
- Publicado: Segunda, 09 Novembro 2020 15:00
A jornalista Ana Paula Araújo, apresentadora do Bom Dia Brasil, da Rede Globo, participa do debate online “A cultura do estupro no Brasil” na próxima quinta-feira (12), às 15 horas, no canal do YouTube do Programa Bem Viver do Ministério Público Federal (MPF). Ana Paula, que está lançando este mês o livro “Abuso – A Cultura do Estupro no Brasil”, debaterá o tema com a professora Grazielly Baggenstoss, do curso de Direito da Universidade Federal de Santa Catarina, com mediação da procuradora da República em Santa Catarina Analúcia Hartmann.
“A intenção do livro e do debate que faremos com o MPF em Santa Catarina é alertar e fazer refletir sobre os casos de abuso sexual. A maioria deles acontece exatamente dentro de casa, contra crianças, e os criminosos são pessoas próximas e que têm uma relação de superioridade com a vítima, podem ser parentes mais velhos, vizinhos, amigos da família”, conta a jornalista.
O livro é resultado de quatro anos de pesquisas, viagens por vários estados, e mais de uma centena de entrevistas com vítimas e seus familiares, criminosos, juízes, desembargadores, psiquiatras, psicólogos e outros especialistas. Ana Paula analisa casos que chocaram o Brasil, de anônimos e pessoas públicas, e outros tantos que, apesar de bárbaros, ficaram perdidos em meio ao constrangimento das vítimas e à lentidão da lei para mostrar como o estupro afeta toda a rede familiar e deixa marcas indestrutíveis na vida de quem o sofre.
“Refletir sobre a cultura do estupro no Brasil é pensar sobre a naturalização da prática de violência, especialmente a sexual, contra as mulheres, que ainda é justificada pela conduta da própria vítima, provocando-lhe uma culpabilização pela violência a que é submetida. Essa lógica estrutura a forma com que nos organizamos e nos relacionamos em sociedade, consolidando a violência contra as mulheres também institucional e estruturalmente. O debate, portanto, é urgente”, diz a debatedora, professora Grazielly Baggenstoss, doutora em Direito, Política e Sociedade (UFSC), mestra em Direito, Estado e Sociedade (UFSC), doutoranda em Psicologia e componente da Comissão de Direito Homoafetivo e Gênero da OAB/SC.