Promotor emite parecer contrário à viagem de ré a Rondônia
- Criado: Terça, 23 Junho 2015 15:37
- Publicado: Terça, 23 Junho 2015 15:37
O titular da 20ª Promotoria de Justiça, com atuação junto ao 3º Tribunal do Júri, Dr. Rogério Marques Santos, emitiu parecer contrário ao pedido de autorização de viagem feito pela ré Marcelaine Santos Schumann. Em seu pedido, ela alegou que precisaria viajar pelo período de 20 dias para a cidade de Jiparaná, em Rondônia, para cuidar da mãe, que sofrera um acidente.
O Promotor se posicionou contra o pedido por três motivos: segundo ele, a ré não tem colaborado com o monitoramento eletrônico; também pelo risco de fuga para a Bolívia; além de não haver, na opinião do Promotor, quanto aos cuidados com a mãe de Marcelaine, necessidade de “apenas a requerente possa prestar estes cuidados, mormente em vista dela não ter habilitação na área de enfermagem”.
-Assim, a fuga da requerente para Bolívia (e de lá para qualquer outro país) seria um risco ainda maior, o que poderia desmoralizar a credibilidade da Justiça perante a sociedade e reforçar a mensagem negativa de que "cadeia é só para pobre"-, opinou o Promotor.
As investigações sobre a tentativa de homicídio contra Denise Silva, ocorrida em novembro de 2014, levaram até Marcelaine Shummam. O crime aconteceu quando ela saia do estacionamento da Academia Cheik Club, no Centro de Manaus. Rafael Leal dos Santos, executor do atentado, efetuou três disparos contra Denise, mas apenas dois tiros atingiram a vítima.
A partir das imagens registradas por câmeras de vigilância da academia, a polícia chegou a Rafael, que revelou a participação Charles Mac Donald Lopes Castelo Branco, negociador da execução com a mandante, e Karen Arevalo Marques, encarregada de obter a arma do crime, além da própria Marcelaine.
Quando o plano foi executado, a mandante estava viajando para os Estados Unidos. Ela foi presa assim que chegou a Manaus e encaminhada ao o Centro de Detenção Provisório Feminino (CDPF), na rodovia BR-174 (Manaus-Boa Vista). No dia 17 de março ela foi posta em liberdade com monitoração eletrônica.
O caso tem chamado muita atenção da sociedade amazonense, por envolver atores de um extrato social diferenciado, embora tenha um enredo bastante comum, que envolve adultério e crime com motivações passionais.