Operação Cerco Fechado identifica e prende policiais militares envolvidos na chacina do ramal Água Branca

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Doze policiais militares da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) tiveram pedido de prisão preventiva concedido e devem ser recolhidos a um batalhão da Polícia Militar

O Ministério Público do Amazonas (MPAM), por meio da 61ª Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública (61ª Proceap), deflagrou hoje, sexta-feira (17/2), a Operação Cerco Fechado. Realizada com apoio da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), a operação deu cumprimento a oito mandados judiciais de busca e apreensão, o que, somado a 12 prisões que já tinham sido efetuadas, resultou num total de 16 policiais militares presos por possível envolvimento na chacina ocorrida em dezembro de 2022, no Ramal Água Branca, Km 32 da AM-010. A atuação da 61ª Proceap atende às atribuições do órgão e orientação do Procurador-Geral de Justiça Alberto Rodrigues do Nascimento Júnior.

“Com base em depoimentos e vídeos, foi possível montar esse quebra-cabeça, demonstrar, em Juízo, a dinâmica dos eventos e, assim, alcançarmos outras medidas importantes para o esclarecimento do caso que segue em sigilo, no interesse do sucesso da própria investigação. Temos algumas hipóteses acerca da motivação do crime, estamos analisando todos os elementos já levantados e, depois de ouvir os depoimentos dos presos, o Ministério Público vai poder firmar seu entendimento com vistas ao oferecimento da denúncia”, declarou o Promotor de Justiça Armando Gurgel, que responde pela 61ª Proceap.

Sobre o encaminhamento dos presos a um Batalhão da Polícia Militar, o Promotor de Justiça disse que aquilo atendia à determinação do Juízo, em razão de se tratar de policiais militares. “A questão de como e onde policiais envolvidos no cometimento de crimes devem ser recolhidos foi discutida no curso dessa investigação e deve ser ainda enfrentada pela Secretaria de Segurança Pública e Ministério Público, com vistas a garantir que os anseios de justiça da sociedade sejam atendidos, não só neste, mas também em outros casos como este que venham a ocorrer”, declarou Armando Gurgel.

O crime foi cometido em dezembro do ano passado. Quatro pessoas, dois homens e duas mulheres, foram abordadas por uma viatura da Rocam no bairro Nova Cidade. Os corpos foram encontrados no dia 21/12, apresentando marcas de tortura, em um veículo abandonado no Ramal Água Branca. Familiares das vítimas estiveram na sede do MPAM, acompanhando as informações da Operação Cerco Fechado, deflagrada hoje. Depois de ouvidos, os presos devem ser encaminhados para audiência de custódia e, posteriormente, para o Batalhão Militar onde permanecerão presos. O material apreendido será encaminhado imediatamente para perícia, em busca de eventuais dados de interesse da investigação, que ainda prossegue.