Augusto Aras reconhece atuação do MPAM na elucidação da morte do indigenista e do jornalista britânico
- Criado: Segunda, 20 Junho 2022 17:34
- Publicado: Segunda, 20 Junho 2022 17:34
Com apoio do 1º Ofício da PRM-Tabatinga, o Promotor de Justiça de Atalaia do Norte, Elanderson Lima, elucidou o caso com a contribuição das instituições policiais locais
Em reunião realizada neste domingo (19/06), na sede do Ministério Público Federal no Amazonas, o Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras, reconheceu o trabalho desenvolvido pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM) na elucidação do caso do desaparecimento e morte do indigenista Bruno Araújo e do jornalista Dom Phillips, ocorrido na região do Vale do Javari, extremo oeste do Amazonas. Para o Procurador-Geral de Justiça do Amazonas, Alberto Rodrigues do Nascimento Júnior, o apoio recebido do Governo e de instituições afins foi essencial para superar os entraves decorrentes do isolamento da região. O desaparecimento ocorreu no trecho entre a comunidade São Rafael e o município de Atalaia do Norte (AM).
A visita do PGR a Manaus já estava programada como parte do processo de reestruturação do Ministério Público brasileiro na região e, segundo Aras, foi antecipada em razão do crime e de sua repercussão em âmbito nacional e internacional. “Devemos reconhecer a qualidade da atuação do MP brasileiro nesse caso e a importância da colaboração das diversas instituições que contribuíram para a elucidação desse crime brutal. Parabenizamos o Dr. Elanderson Lima pela atuação, pela presença e sucesso alcançado. O Estado agiu por meio de suas instituições. Queremos fortalecer nossa instituição, estabelecendo um arco de proteção dessa região, afinal, a Amazônia é do povo brasileiro”, afirmou Augusto Aras.
“Agradecemos o apoio recebido do Governo do Amazonas, diante dos entraves decorrentes do isolamento da região, que, ainda hoje, é nossa maior dificuldade. Estas são situações que devemos corrigir, cientes de que o caminho é sempre o MP. Nossa presença no interior tem sido fundamental para mudar ou buscar a mudança por meio do estabelecimento de políticas públicas que, efetivamente, assegurem justiça social para nossos ribeirinhos”, afirmou o PGJ.
A investigação foi conduzida pelo Promotor de Justiça Elanderson Lima Duarte com apoio do MPF. “Com base nas conversas com a Dra. Nathália Di Santo, chegamos à conclusão de que ainda não haviam elementos suficientes que atraíssem a atuação da Justiça Federal até aquele momento, o que dependeria muito da questão da motivação. Conseguimos localizar os corpos e identificar os responsáveis mediante atuação conjunta da Polícia Civil, da Polícia Federal e da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja). As investigações seguem, agora, visando evidenciar a existência ou não de um mandante do crime porque, em depoimento, os acusados negam isso”, informou.
Conforme as informações apuradas, o crime de homicídio ocorreu mediante recurso que dificultou a defesa dos ofendidos com uso de espingarda, cujas especificações devem ser reveladas após perícia técnica da PF. Uma das linhas investigatórias sobre a motivação do crime, são as diversas rixas existentes entre o indigenista quanto à proteção do ambiente com a comunidade ali inserida.