MPAM combate corrupção na Seai com operação "Garimpo Urbano"

O Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (GAECO) deflagrou a Operação Garimpo Urbano, para impedir que agentes públicos, ligados ao alto escalão da Segurança do Estado, continuem se apropriando de ouro

Logos MPAM a5a04

Na manhã desta sexta-feira, 09/07, o Ministério Público do Amazonas (MPAM), por meio do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (GAECO), coordenado pelo Procurador de Justiça Públio Caio Bessa, deflagrou a Operação “Garimpo Urbano”, com apoio operacional da Polícia Federal.

As investigações tiveram início em meados do mês de fevereiro de 2021, a partir de denúncias de pessoas que se sentiram lesadas ao transportar determinadas quantias de ouro. Elas apontaram um provável envolvimento de agentes da segurança pública, especificamente de sua cúpula, por meio da Secretaria Adjunta de Inteligência, culminando na operação realizada nessa sexta-feira.

A corrupção na Seai desviava minérios apreendidos em operações policiais, tinha o apoio de seus agentes e da estrutura, além do comando do Secretário Adjunto de Inteligência, Samir Garzedim Freire. Esses desvios chegam até 60kg de ouro, em torno de R$ 18 milhões.

Além do delegado Samir Freire, foram presos os investigadores da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) Adriano Frizo, André Silva Costa e Jardey Bello.

“Esses fatos se dividem em, pelo menos, três episódios. É o mesmo modus operandi na busca por metais preciosos. Utilizavam pessoal, veículos e a própria estrutura da Seai para coagir os garimpeiros. Ainda está sendo investigado como a quadrilha chegava até as vítimas”, adianta Armando Gurgel Maia.
O Gaeco aponta que a milícia atuava desde 2019 no desvio do ouro e em, pelo menos, três operações ilegais, sob a alegação de tráfico, foram deflagradas pela organização criminosa. O grupo se utilizava também de escutas telefônicas, procedimento fora das competências da Seai, conforme o MP-AM.

Coletiva de Imprensa

Em coletiva de imprensa realizada hoje, às 16h, estavam presentes o Procurador-Geral de Justiça, Alberto Rodrigues do Nascimento Júnior, o Superintendente da Polícia Federal, Leandro Almada da Costa, e os Promotores de Justiça do GAECO, Luiz Alberto Dantas De Vasconcelos, José Augusto Palheta Taveira Júnior, Armando Gurgel Maia e Márcio Pereira de Melo.

Segundo o Superintendente da Polícia Federal, “a Polícia Federal foi chamada para apoiar a ação do MPAM, que já vem sendo uma constante de parceria em investigações.”

“Ministério Público do Amazonas continuará fazendo o seu trabalho que é, também, combater a corrupção, de maneira diligente, transparente e sempre tendo a sociedade em primeiro lugar, declara o PGJ.