Em reunião de comitê, Procuradora-Geral diz que MPAM só concorda com retorno às atividades se houver “redução da curva de casos da COVID 19, no Estado”

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O Ministério Público do Amazonas (MPAM), representado pela Procuradora-Geral de Justiça, Leda Mara Nascimento Albuquerque, participou, nesta quinta-feira (30/04), de uma reunião, por videoconferência,  o governador do Estado Wilson Lima e o prefeito de Manaus, Arthur Neto, e os integrantes do Comitê Interinstitucional do qual também participam os Tribunais de Contas (TCE-AM) e de Justiça do Amazonas (TJAM), a Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM),o Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Defensoria Pública do Estado (DPE). A reunião também teve representantes do comércio e da indústria.

Na pauta, uma explanação geral sobre a situação da pandemia na capital e no interior. Além das informações prestadas sobre os sistemas de Saúde estadual e municipal, quando foi falado de número de leitos disponíveis, capacidade de atendimento, números atualizados da doença, o governador Wilson Lima apresentou aos integrantes do comitê um plano para retomada gradual das atividades econômicas em Manaus e região metropolitana, condicionada à análise da curva de casos do novo coronavírus (Covid-19).

Ao falar pelo MPAM, a Procuradora-Geral  de Justiça Leda Albuquerque afirmou algumas partes da sociedade não entenderam a gravidade da situação e não atenta para a importância do isolamento social. “Esse debate do cronograma se deu dentro de um contexto maior e o Ministério Público ouviu atentamente, assim como todas as instituições, mas ficou muito claro que o retorno, ainda que gradual, só vai se dar, se as condições forem outras e se a curva epidemiológica sofrer um achatamento. De outro modo, não há menor possibilidade do Ministério Público concordar com o retorno gradual das atividades, porque nós vamos ter mais pessoas infectadas e mais mortes, como tem acontecido mundo afora”, afirmou Leda Albuquerque.

Segundo o governador, a reabertura gradual da economia no Amazonas vai depender da confirmação das projeções feitas por estudo elaborado por uma equipe multidisciplinar composta por médicos, infectologistas, estatísticos e economistas, coordenados pelos professores Samy Dana e Alexandre Simas.

A chefa do Ministério Público estadual ponderou que a situação afeta a economia e que aquele projeto de retorno revela uma preocupação do governo, junto com o empresariado local, de debater essa retomada das atividades laborais, o que tem muita coisa em jogo. “E eu entendo, como gestora de uma instituição, claro que eu entendo que o Estado, se tivesse caminhando bem, estaria numa melhor condição econômica. Isso tem reflexo nas instituições. Mas o momento exige o isolamento social. O isolamento precisa ser mantido”, afirmou a Procuradora-Geral de Justiça.

Texto: Arnoldo Santos - ASCOM MPAM

Foto: Arquivo MPAM Hiraílton Gomes