Ministério Público promove seminário sobre saúde mental em alusão ao Setembro Amarelo

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Com a presença de membros, servidores e colaboradores, especialistas discutiram estratégias de prevenção e redução de riscos à saúde mental no serviço público

Em uma iniciativa para fortalecer a saúde mental dos servidores e colaboradores, o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) realizou, na tarde desta quarta-feira (25), o evento “Está tudo bem pedir ajuda - Juntos Somos Mais Fortes”. O encontro, realizado no auditório Carlos Alberto Bandeira de Araújo, reuniu membros (promotores e procuradores), servidores e colaboradores do MP para discutir estratégias de prevenção e redução de riscos à saúde mental, promovendo um ambiente de apoio e solidariedade.

A palestra foi realizada pelas especialistas Rosineide Borges Cavalcante (psicóloga pós-graduada em psico-oncologia e gerontologia, com especialização em terapia cognitivo-comportamental) e Alessandra Pereira (médica psiquiatra e comunicadora), que compartilharam seus conhecimentos em neurociências e saúde mental. Elas abordaram a importância de buscar apoio e as estratégias para fortalecer a saúde mental, reforçando a mensagem de que pedir ajuda é um sinal de força.

A médica psiquiatra Alessandra Pereira ressaltou a importância de debater a saúde mental em órgãos públicos, afirmando que "o transtorno humano perpassa toda a vida da pessoa, seja no trabalho, na vida pessoal, em qualquer ambiente". Ela explicou que o serviço público pode ser uma fonte de adoecimento, não apenas pela pressão do trabalho, mas, também, por problemas pessoais que afetam a atenção, concentração e produtividade.

Dentre os pontos levantados pela médica psiquiatra Alessandra Pereira, estavam a alimentação saudável e o uso adequado do celular, ambos diretamente ligados à saúde mental. Ela ressaltou que manter uma dieta balanceada e utilizar o celular de forma consciente são fatores que impactam o bem-estar emocional e a capacidade de concentração. Além disso, a doutora destacou que o uso excessivo de dispositivos móveis pode aumentar a ansiedade, especialmente quando as pessoas se veem pressionadas a responder demandas externas que nem sempre são urgentes.

Por fim, Alessandra Pereira destacou a relevância do evento, enfatizando a pertinência de discutir o que realmente importa na vida: a felicidade, tanto no ambiente pessoal quanto no laboral. A médica ressaltou que debater temas relacionados à saúde mental em um órgão público é fundamental, uma vez que os transtornos emocionais impactam todas as esferas da vida das pessoas, incluindo suas atividades profissionais. Além da palestra, os participantes puderam usufruir de diversos serviços, como massagens, aferição de pressão arterial, aferição de glicemia, bioimpedância e um estande com orientações sobre saúde bucal, além de participar de sorteios de brindes.

Para ampliar o alcance do evento, ele também foi transmitido ao vivo pelo YouTube, permitindo que os membros e servidores do MPAM que atuam no interior do estado acompanhassem as discussões e revissem o conteúdo posteriormente, se necessário.

Ações de promoção de saúde mental

A promotora de Justiça e corregedora-auxiliar do Ministério Público do Amazonas (MPAM), Christianne Corrêa Bento da Silva, destacou a importância das ações de promoção à saúde mental promovidas pela instituição.

Durante a atividade da Comissão de Prevenção a Situações de Risco à Saúde Mental, ela ressaltou que o MPAM tem se empenhado não apenas em repassar mensagens, mas também em colocar em prática as diretrizes estabelecidas pela política nacional de saúde. "Cuidar da saúde deveria ser uma rotina para todos nós, mas o olhar para a saúde mental ainda enfrenta barreiras, especialmente no ambiente de trabalho", afirmou.

A promotora também mencionou que a promoção do bem-estar no trabalho é um desafio contínuo, mas essencial para criar um ambiente mais saudável e equilibrado.

Christianne Corrêa ainda realçou a necessidade de integrar a saúde mental no cotidiano, tanto no trabalho quanto na vida pessoal, destacando a importância das relações interpessoais e o impacto delas na saúde geral. Durante a ação, a comissão reforçou a adesão ao setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio, e incentivou o diálogo sobre esse tema.

Segundo a promotora Christianne Corrêa, é preciso observar os sinais e contribuir com o coletivo, seja no ambiente familiar ou profissional, oferecendo apoio e atenção. "O suicídio pode ser prevenido com gestos simples, como ouvir e oferecer uma palavra de alento", afirmou, reforçando a importância do autocuidado. A comissão também trouxe à tona ações voltadas para a valorização do autocuidado e a sensibilização sobre a saúde mental.

Efeitos colaterais da fumaça

Ao final da palestra, durante a interação com perguntas da plateia, a médica psiquiatra Alessandra Pereira destacou um ponto curioso: a exposição à fumaça pode elevar os níveis de ansiedade em pessoas com predisposição. Esse aumento ocorre porque a baixa oxigenação do corpo, provocada pela poluição do ar, afeta diretamente o cérebro, exacerbando sintomas de ansiedade e outras condições emocionais. Além disso, muitos pacientes confundem os sinais de ansiedade com problemas respiratórios, buscando atendimento médico por acreditarem que estão com asma ou rinite, quando, na verdade, estão enfrentando sintomas emocionais causados pela inalação da fumaça.


Texto: Victor Lemos
Foto: Hirailton Gomes