MP acompanhará investigação criminal sobre desabamento em templo
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Manaus, 20 de janeiro de 2009 (MP-SP) - O promotor de Justiça Ricardo Antonio Andreucci foi designado na tarde da segunda-feira (19) pela Procuradoria-Geral de Justiça para acompanhar a investigação criminal sobre o desabamento do teto do templo da Igreja Evangélica Renascer em Cristo, no bairro Cambuci, em São Paulo. O desabamento, ocorrido na noite de domingo (18), provocou a morte de nove pessoas e ferimentos em mais de 100 fiéis.

A investigação vai apurar eventuais responsabilidades pessoais por homicídios culposos, lesões corporais culposas, periclitação da vida e desabamento. Para isso, já foi solicitado o laudo da perícia realizada pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil sobre as causas do acidente. Também serão ouvidas testemunhas da tragédia e colhidos depoimentos de engenheiros responsáveis pela reforma no telhado do prédio, feita em 1998, e analisados documentos sobre as adaptações feitas no recinto, que no passado abrigava um cinema.

Procedimento aberto: Igreja já havia assinado um acordo com o MP

A reforma feita no telhado em 1998 foi resultado de um procedimento aberto pela Promotoria de Justiça e Cidadania para investigar as condições de todos os templos religiosos da Capital, depois que um prédio da Igreja Universal do Reino de Deus ruiu em Osasco, provocando mais de 20 mortes e deixando centenas de feridos.

Na época, a Igreja Renascer assinou um acordo com o MP, comprometendo-se com a realização das obras necessárias, principalmente no telhado. “A direção da Renascer apresentou documento assinado por um engenheiro e um arquiteto atestando que as obras no telhado foram realizadas”, afirma a promotora de Justiça de Habitação e Urbanismo, Mabel Tucunduva Schiavo Prietto de Souza. Além disso, a Renascer apresentou um laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), segundo o qual o teto reformado apresentava todas as condições de segurança.

Ainda de acordo com a promotora Mabel Tucunduva, o procedimento foi reaberto em razão de reclamações da vizinhança, quando se verificou que a Igreja funcionava sem alvará de funcionamento. O Ministério Público, então, exigiu que a Igreja apresentasse documento comprovando a renovação do alvará. Em julho do ano passado, a Igreja apresentou memorando da Prefeitura de São Paulo, pelo qual o Contru informava a renovação do alvará de funcionamento.

Os promotores agora vão investigar se a reforma do telhado foi bem executada, se houve desgaste excessivo do material empregado, se houve falhas nos laudos técnicos apresentados pela Renascer ou nas vistorias necessárias para a expedição dos alvarás de funcionamento, além de outras hipóteses. “Não é normal ruir um teto reformado há apenas 10 anos”, destaca a promotora Mabel Tucunduva, Ela anunciou que pedirá nova vistoria em todos os templos da Igreja Renascer, providência que poderá ser ampliada para templos de outras religiões.  

Fonte: site do MP-SP


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