Manaus, 28 de maio de 2009 – Depois de 40 anos, uma sessão de Tribunal do Júri foi realizada no município de Canutama (a 619 Km de Manaus, no sul do Amazonas), com participação decisiva do Ministério Público do Estado, representado pelo Promotor de Justiça Ítalo Klinger Rodrigues do Nascimento. A sessão aconteceu no último dia 22, no Plenário da Câmara Municipal do município, sob a presidência da Juíza de Direito Substituta Dinah Câmara Fernandes de Souza.

A tese da acusação, de homicídio qualificado, prevaleceu sobre a da defesa, conduzida pelo Defensor Público Lino Chíxaro, que buscava desclassificar o delito como homicídio simples.  O desfecho do julgamento foi a condenação do réu a 14 anos de reclusão.

Premeditação

No dia 25 de maio de 2008, o réu matou a facadas seu amigo, que o teria agredido após uma briga de bar. A acusação demonstrou que o autor, depois do calor da briga, foi a sua casa, apanhou uma faca e retornou ao bar com a incontestável intenção de matar. Os jurados se convenceram de que o crime foi premeditado e Juranir condenado por homicídio qualificado.

Estão previstos mais quatro júris para este ano, para os quais defensores devem ser deslocados.

 Conflitos agrários

O conflito de terras na zona sul do município é outro problema preocupante. A região é local de ocorrência de muitos homicídios, mas a polícia de Canutama não consegue se dirigir à área, que é de difícil acesso, o que prejudica bastante a elucidação dos fatos.

Em 2007, o MP esteve na região para resolver questões de registros públicos, assim como na zona rural ribeirinha, fiscalizando o alistamento eleitoral, tendo constatado diversas irregularidades na prestação de serviços de saúde e educação, que motivaram adoção de providências para a instrução de processo preparatório.