Vereadores de Campo Grande tinham salário maior que o do prefeito
Manaus, 11 de julho de 2008 – O Ministério Público de Mato Grosso do Sul ingressou com ação civil de ressarcimento contra 22 políticos que receberam, no ano de 1997, um total de R$ 1.072.978,31 em valores considerados indevidos em seus salários como vereadores em Campo Grande, estando inclusos nomes como o do atual prefeito da cidade e candidato à reeleição, Nelson Trad Filho (PMDB), e seu candidato a vice, Edil Albuquerque (PMDB). Se condenados, cada um terá de devolver R$ 36.219,02 aos cofres públicos.
Segundo a Promotoria, a legislação da época não permitia que vereadores ganhassem mais do que o prefeito. Mas naquele ano, diz a ação, o então prefeito André Puccinelli – hoje governador pelo PMDB – recebeu um total de R$ 138.647,40, enquanto cada vereador embolsou R$ 151.308,76.
Na maior parte dos casos, a cobrança diz respeito a essa diferença anual, de R$ 13.085,17, acrescida de correção e juros. Outros vereadores são cobrados também pelas diferenças recebidas pela participação na mesa diretora da Câmara.
O prefeito Nelson Trad, que retornou ontem à tarde de uma viagem oficial aos Estados Unidos, declarou não haver tido acesso ao teor da ação, mas de antemão discordou do que chamou de "interpretação" dada pela Promotoria ao caso. "Não houve pagamento irregular. À época, as contas da Casa foram todas analisadas e aprovadas pelo Tribunal de Contas", argumentou o prefeito.