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A empregada doméstica que foi vítima da ação truculenta esteve no MPE acompanhada de seu marido para registrar notícia-crime

Manaus, 23 de julho de 2008 – Acompanhada de seu marido, Sr. Raimundo Silva, D. Suze Lima, registrou anteontem (21/07), na 61ª Promotoria de Justiça especializada no Controle Externo da Atividade Policial, notícia-crime contra seus ex-patrões Antônio Alencar e Alexandre Pessoa. Ambos, pai e filho, em associação com policiais militares, também denunciados, torturaram-na no último dia 15 de julho.
Tudo começou por volta de meio-dia dessa data, quando uma quadrilha assaltou a residência de seus antigos patrões. Os assaltantes deixaram a casa aproximadamente às 13h30, mas o terror estava apenas começando para Suze, que foi apontada como colaboradora dos criminosos. A Polícia chegou meia hora depois em três viaturas, sendo uma descaracterizada (um Santana branco) e duas tendo o mesmo número de placas, com sete policiais à paisana, que levaram Suze para a sua residência, no São Lázaro, zona Centro-Sul de Manaus. Na residência da denunciante, os policiais procederam a uma revista sem mandado, com a participação de Alexandre, que, segundo a denunciante, intimidava o filho dela, forçando-a a confessar, dizendo que pagaria para os policiais a torturarem, e ameaçava matá-la após reaver o dinheiro. O resultado da revista, de acordo com a declarante, foi os policiais levarem da casa dela um cordão de ouro, um porta-retrato, uma máquina fotográfica, dois pares de sapatos novos, trinta e cinco reais em espécie, uma mochila escolar, uma peça decorativa de pele de onça e um revólver calibre 38, pertencente à empresa do marido da vítima.
Dali todos foram para a 2ª CICOM, onde Suze foi torturada por quatro policiais e depois foi trancada no xadrez de uma das viaturas, de onde só saiu por volta de 17h, quando seu marido lá apareceu, acompanhado do Advogado Arlindo dos Santos Neto. A truculência não parou por aí: Raimundo recebeu voz de prisão por porte ilegal de arma e o defensor foi ameaçado de prisão.
O Cabo Gilmar Rodrigues, que estava no local, declarou ser o responsável pela operação, uma ação respaldada pelo Secretário de Segurança, segundo afirmou o mesmo.
No termo de declaração lavrado na Delegacia, Raimundo não foi indiciado por porte ilegal de arma pelo fato de o revólver não estar na posse do mesmo no momento da apreensão, chamando a atenção o fato de a numeração da arma ter sido raspada pelos policiais. Suze e o marido só saíram da Delegacia por volta de 20h30.


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