Manaus, 08 de janeiro de 2008 (Folha Online) – O Ministério Público de São Paulo investiga o Promotor Pedro Baracat Guimarães Pereira, 42, por porte ilegal de arma. Pereira matou com uma pistola 9 mm, na noite do último sábado, o motoqueiro Firmino Barbosa, 30, no Ibirapuera, bairro nobre da zona sul de São Paulo. Segundo a versão do Promotor à polícia, Barbosa o abordou e pediu que ele entregasse o relógio.
O Procurador-Geral do Ministério Público de São Paulo, Rodrigo Pinho, afirma que a arma que estava com o promotor era uma 9 mm, de uso restrito das Forças Armadas. Pela lei, os Promotores podem portar armas, mas apenas as permitidas também aos cidadãos comuns.
Pinho, no entanto, é cauteloso ao falar de possíveis punições em relação ao porte da arma. "Vamos esperar o laudo da perícia para confirmar com certeza [o calibre]", afirmou na tarde desta segunda-feira.
O Procurador-Geral revelou também que a arma que ele usava não estava em seu nome. O nome do proprietário da pistola não foi revelado pelo Procurador.
As investigações são conduzidas pelo Promotor Hermann Herschander, assessor de Pinho, o mesmo que investigou o o caso do Promotor Wagner Grossi, que atropelou embriagado três pessoas da mesma família, em outubro, em uma rodovia de Araçatuba (530 km a noroeste de São Paulo).
Até a tarde de hoje, três pessoas já haviam sido ouvidos: duas policiais militares que foram ao local logo após o assassinato de Barbosa e a Promotora de Justiça Regiane Zampar, que acompanhava Pereira.
Outra testemunha importante do caso é o Corregedor-Geral do Ministério Público paulista (responsável por fiscalizar a conduta dos promotores), Antônio de Pádua Bertone, que coincidentemente, segundo Pinho, passava pelo local na hora dos disparos. Segundo o Procurador-Geral, Bertone só soube que um de seus colegas estava envolvido no caso hoje.
Segundo Pinho, as três testemunhas corroboraram em parte a versão de Pereira. "Disseram que o motoqueiro realmente pediu para ele dar o relógio 'na moral'; mas não puderam dar mais detalhes", afirmou o Procurador.
Afastamento
Por causa do envolvimento na morte de Barbosa, o Promotor Pereira foi afastado de sua funções no Gecep (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), onde estava lotado desde o fim do ano passado, e assumiu novamente suas funções em uma das varas criminais de São Paulo.